8 it was RED: setembro 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Um selo e um pedido de desculpas

Primeiramente gostaria de me desculpar pela minha ausência; essa semana foi bastante puxada na faculdade. Em breve estarei postando novamente.

Sobre o selo: recentemente ganhei um do blog Fotograma Digital (valeu, Alexandre!). Então, o repassarei para 10 blogs; alguns deles descobri recentemente. Me preocupei bastante com a qualidade dos selecionados, portanto, parabéns a todos!








quinta-feira, 24 de setembro de 2009

The Rocky Horror Picture Show - Horrivelmente sexy

The Rocky Horror Picture Show (1975)
Direção: Jim Sharman
Roteiro: Richard O'Brien e Jim Sharman




Hoje escolhi para comentar um dos meus filmes prediletos (preferência evidenciada no canto superior esquerdo desse blog) : The Rocky Horror Picture Show. A obra, baseada na peça homônima de Richard O'Brien, é um musical rock que satiriza os gêneros terror e ficção científica. O longa é composto por canções excelentes; a cada vez que o assisto, gosto mais dele.


O filme conta a história de um típico casal estadosunidense, Brad (Barry Bostwick) e Janet (Susan Sarandon). Completamente esterotipados, a mulher está toda hora a gemer “Oh Brad!” com sua comunzíssima voz de donzela norte-americana de filme hollywodiano; enquanto isso, o homem, que também atua de forma canastrona, é o típico macho que acha que sempre tem o controle da situação.

De cara já nos é revelado o tom sátirico-músical da obra; logo após a abertura da 20th Century Fox, escutamos a canção “Science fiction/ Double Feature”, enquanto é exibido na tela o nome dos responsáveis pela obra em letras cujas fontes remetem a filmes B de terror - filmes B eram a segunda metade de sessões duplas (Double Feature) de cinema; assim, a música nos revela que iremos assistir segunda metade de uma sessão dupla de ficção científica -. Após isso há o casamento entre Brad e Janet, que nos é mostrado enquanto os dois cantam calorosamente a música “Dammit, Janet”, contrastando com a inexpressividade dos camponeses ao redor. A próxima cena nos apresenta o narrador criminologista do longa (Charles Gray), um ser bizarro que nos revela, em um tom toscamente aterrorizante, que o casal sairia para visitar um amigo, o Dr. Everett Von Scott (Jonathan Adams).

Mostrando novamente Brad e Janet, os vemos furarem um pneu do carro durante a viagem em um intenso temporal, assim eles são obrigados a parar. Em busca de ajuda, os dois acabam encontrando o esteriótipo de um castelo mal-assombrado. Enquanto se aproximam do quintal, o casal canta alegremente “There is a light over at the Frankenstein place” (Há uma luz na casa de Frankenstein), achando que a sorte havia sorrido para eles ao encontrar uma ajuda, mas estavam enganados. A música simboliza esse equívoco, ao contrapor luz – um claro símbolo de esperança, alegria – e casa de Frankenstein – algo assustador, sombrio -.

Ao entrarem no castelo é que The Rocky Horror Picture Show realmente começa. O casal é recebido pelo bizarríssimo Riff Raff (Richard O'Brien), o mórbido corcunda empregado do castelo. O criado abre a porta para o casal, que escuta barulhos, como os de uma festa. Magenta (Patricia Quinn), outra criada, surge do nada e, com isso, Riff Raff começa a cantar uma das melhores músicas da obra: “Time Warp”. Enquanto o excêntrico corcunda canta e caminha pelo castelo, nos é exibido o cenário composto por esqueletos, cortinas escuras e empoeiradas, teias de aranha e animais empalhados. Na hora do refrão, Riff Raff abre uma porta e nos deparamos com a Convenção Anual dos Transilvanians.







Transilvanians: os figurantes dançando e cantando "Time Warp"

Preciso de um parágrafo só para os figurantes que interpretam os transilvanians; eles merecem, pois são de importância fundamental para o tom tosco de The Rocky Horror Picture Show. Onde é que encontraram pessoas tão bizarras? Na minha vida, nunca vi um grupo de indivíduos tão estranho. Há um anão, um homem/ mulher (não sei o que aquele ser é) que parece o Joey Ramone, velhas absurdamente esquisitas, além de outras espécies singulares. Não há como descrever toda a extravagância contida naqueles sujeitos. Se já não bastasse serem bizarros por natureza, eles trajam um figurino completamente tosco, barato, de má qualidade; as vestes são formadas por chapéus de festa, um chapéu de pirata (aquele com a caveira), chapéus pequeníssimos e mega-coloridos, além de excêntricos óculos escuros . Os mesmos figurantes que aparecem nessa cena (e em outras partes do filme que acontecem dentro do castelo) foram utilizados no início do filme (pelo menos alguns deles), na seqüência do casamento.

Durante a mesma cena ocorre outra repetição de atores, dessa vez com Richard O'Brien – que interpreta Riff Raff -, o qual atua como um dos inexpressivos camponeses. No entanto, essa repetição aparenta ser intencional, já que, dentro do castelo, instantes antes da música “Time Warp” começar a ser cantada, observamos um quadro no qual está pintado Riff Raff e uma mulher, ambos trajados como camponeses.


Em “Time Warp” temos a aparição de Columbia, outra criada, que faz um solo de sapateado completamente malfeito. Além disso, há a participação do narrador criminologista nessa canção, o qual canta e nos mostra didaticamente a dança. Assustada com o clima exótico, Janet pretende fugir, mas Brad não, pois achava que tinha o controle da situação. Enquanto discutem, os dois encontram a genial personagem interpretada por Tim Curry: Dr. Frank-N-Furter.





Sem Dr. Frank-N-Furter, The Rocky Horror Picture Show não seria nada. Ele é a alma do filme, a qual traz o tom sexual da obra. Tim Curry fez uma das melhores interpretações que eu já vi na minha vida. Mick Jagger queria interpretar o papel, mas felizmente não conseguiu. Ao entrar em cena, a personagem, enquanto rebola, canta “Sweet transvestite”, revelando que é um travesti que veio do planeta Transexual, da galáxia Transilvânia. Porra! Genial! Ele é um extraterrestre gay! Como se isso não bastasse, ele também está construindo um “monstro” (que, na verdade, se trata de Rocky, um bonitão criado para fins sexuais), como Frankstein (o que já havia sido ilustrado anteriormente na canção “Over at the Frankenstein place”).

O filme se desenrola de uma maneira surpreendentemente trash, com seus figurinos toscos, atuações canastronas, cenários mal feitos, referências a Capela Sistina, David de Michelangelo e tantas outras obras, os aparatos tecnológicos (como o oscilador sônico, por exemplo) e suas brilhantes canções que não saem da cabeça. Um dos exemplos da trashice da obra é quando Dr. Frank-N-Furter mergulha em uma piscina e, após sair, tem sua tatuagem muito borrada, ficando assim por um bom tempo. O estilo trash revela-se também nas constantes as passagens de cenas feitas de maneira completamente tosca, como na qual a nova seqüência escorre como sangue pela tela.

The Rocky Horror Picture Show é um filme para se assistir milhares de vezes. Sua simplicidade, sensualidade, excêntricidade e qualidade musical me conquistaram e fizeram essa obra entrar para a minha lista.

OBS: No site do fã clube, há uma notícia de que a MTV planeja fazer um remake de The Rocky Horror Picture Show. Como fã do filme, acho impossível que a nova versão se iguale à original.



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O segundo selo

Ganhei meu segundo selo, novamente do grande parceiro Cinemótica, blog que eu tenho que agradecer pelo imenso apoio que vem me dando. Valeu Cinemótica! Tenho como dever repassar esse selo para 15 blogs. A seguir, estão os blogs que, junto com o Cinemótica, formam o time dos melhores blogs sobre cinema que conheço.



Portal Cinema
CinePipocaCult
Os Filmes
Letters from Louis
Cinema, música, filosofia e mais alguns egoísmos
Sala de Arte
Cinema - Filmes e Seriados
Acento Negativo
Publicando!
Blog do Salomão
Cineroad
BS Movies
Epipocando
ClubCinéfilo
Cinema Rodrigo

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A primeira vez a gente não esquece

Ganhei meu primeiro selo! O responsável pela minha primeira vez foi o blog Cinemótica, um blog muito interessante, que sempre comenta ótimos filmes! Muito obrigado Cinemótica! O blog está com uma proposta muito interessante: criar um Clube do filme virtual. A idéia foi baseada no livro Clube do filme (livro interessante para os cinéfilos). Achei a idéia muito boa e pretendo participar. Para quem quiser conferir: http://awardmovies.blogspot.com/2009/09/um-selo-uma-ideia-e-uma-estreia-bem.html .

Outro ganhador do selo foi o blog Cinema Rodrigo e, para minha total surpresa, ele me deu o selo novamente; ou seja, ganhei o selo duas vezes! Obrigado Cinema Rodrigo!





Voltando a falar sobre o selo, é meu dever repassar esse para outros blogs. Escolhi os melhores blogs que eu acompanho; TODOS, sem exceção, vale a pena conferir. Sem mais delongas, aqui vão eles:

- Acento Negativo

- Receio de Remorso

- Cinema – Filmes e Seriados

- Sala de Arte

- Blog do Salomão

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quase famosos - Em busca do cool

Quase Famosos (Almost Famous, 2000)
Direção: Cameron Crowe
Roteiro: Cameron Crowe
1973. Elaine Miller (Frances McDormand) é uma professora universitária que impõem aos seus filhos suas inflexíveis regras, como celebrar o Natal em setembro e proibir o Rock dentro de sua residência. Diante desse quadro, sua filha Anita Miller (Zooey Deschanel) foge de casa para ser aeromoça e deixa para seu irmão William (Patrick Fugit) sua bela coleção de discos de rock.

Aos 15 anos, William escreve críticas amadoras sobre o estilo. Lester Bangs (Philip Seymour Hoffman) – crítico que existiu na vida real -, após ver os textos do garoto, o ajuda dando conselhos. Ele diz para o jovem aspirante ser “honesto e impiedoso” ao escrever sobre uma banda e não criar um laço de amizade com essa. Durante um encontro entre William e Lester Bangs, esse faz uma afirmação que muita gente faz atualmente: “o rock está morto”. Não se esqueça que a história se passa em 1973! Se nessa época o consagrado estilo estava morto, imagine hoje! A lição que se tira disso é que, em qualquer época, sempre haverá alguém dizendo: “Rock is dead”.

William é convidado pela revista Rolling Stone para cobrir a turnê do Stillwater, banda fictícia que o diretor Cameron Crowe criou baseado em três grupos dos quais ele gostava: Led Zeppelin, Allman Brothers e Lynyrd Skynyrd. Com isso, o garoto conhece os Stillwater – ignorando o aviso de Lester, ele se aproxima dos integrantes - e a garota Penny Lane (Kate Hudson) – que existiu na vida real -, pela qual se apaixona. Aí começa o envolvimento do protagonista com a tríade sexo, drogas e Rock’n Roll.

Quase famosos mostra superficialmente as relações familiares (durante o longa vemos a preocupação da mãe Elaine Miller com o filho William, além da relação dessa com sua filha Anita), mas seu maior enfoque é no Rock. O longa exibe a relação do estilo tão consagrado com as drogas - uma ligação que se revela de extrema importância-, o valor da imagem no mundo da música e a distância entre ídolo e fan.

Rock + drogas: A relação é ilustrada durante todo o longa, mas destaca-se na cena na qual o guitarrista do Stillwater, Russell Hammond (Billy Crudup), toma ácido durante uma festa e sobe no telhado. Lá, após gritar “I am a golden god!” (eu sou um deus dourado) – episódio inpirado em uma história com Robert Plant, vocalista do Led Zeppelin – ele diz que vai se jogar em uma piscina que se encontra logo abaixo. Antes de pular Russel diz suas “últimas palavras”, declarando que está totalmente chapado. As pessoas da festa respondem calorosamente a sua manifestação. Gritam, aplaudem, assobiam. O guitarrista decide repensar suas “últimas palavras” e as substitui, dizendo apenas que gosta de música. O resultado da nova despedida foi apenas alguns sussurros e aplausos desanimados. Vendo a decepção do “público”, Russel re-substitui sua “despedida”, falando novamente que está chapado. A recepção das pessoas é tão calorosa quanto a primeira. Nessa cena fica nítida a fundamental importância das drogas no Rock. Importância que, segundo o filme, chega a sobrepor-se à própria música.


A distância entre o fan e o ídolo e a busca por uma imagem: A seqüência na qual Lester conversa ao telefone com William retrata a relação entre fans e os ídolos. Eles discutem sobre o papel do fan, que sempre acaba querendo ser como seus ídolos, ter a mesma imagem cool que eles têm. No entanto, Lester afirma que, mesmo achando que se é um deles, você não é. Se por um lado temos os fans em busca de uma imagem cool, pelo outro temos a banda com o mesmo objetivo. Há uma cena na qual o Stillwater pede para William, ao retratar a banda, o garoto a faça parecer cool, apenas isso. Quase famosos ilustra a obsessão por uma imagem que deixa novamente a música em segundo plano.

Durante o filme, notei que Patrick Fugit aparentava interpretar mal a personagem William, principalmente em uma cena na qual esse discute com Penny Lane. Nessa parte ele deveria demonstrar fúria, mas o fez muito mal. No entanto, minha segunda impressão foi diferente. Percebi que a “má atuação” demonstrava a impotência de William diante de situações novas, a falta de experiência de um garoto de 15 anos que se depara com problemas reais. Essa “má atuação” pode ter sido intencional da parte de Patrick Fugit, ou, ao selecionar os atores, essa característica foi notada e ele foi selecionado.

É impossível comentar Quase famosos sem dizer que a película é baseada na história do próprio diretor Cameron Crowe. O roteiro conta com situções reais vividas por alguns nomes do Rock. Além da já citada cena que se baseou em uma história vivida por Plant, a cena do avião é baseada em uma viagem com o The Who. Também não posso deixar de falar sobre a parte na qual as personagens cantam Tinny Dancer, de Elton John. A música é linda e a cena foi muito bem realizada. Diria que é o melhor momento do filme.

Cameron Crowe mostra através dessa obra um Rock’n Roll que é deixado de lado pelo glamour das drogas e a busca por uma imagem. É um filme interessante, mas não explorou ao máximo os assuntos abordados.