1- Quem mais gostas de abraçar, no presente: minha namorada Stephanie, pessoa importantíssima na minha vida.
2- Quem nunca abraçarias: clichês ambulantes.
3- A quem davas tudo para poder abraçar: cinéfilamente falando, David Lynch.
4- A quem davas o teu melhor abraço: minha namorada.
Respondida as perguntas, indicarei seis blogs para os três selos. Como de praxe, insisto na preocupação com a qualidade dos indicados, pois os selos devem ser um símbolo da qualidade do blog, e não apenas um mero enfeite.
Parabéns aos indicados!
Atividade Paranormal (Paranormal Activity, 2007)
Direção: Oren Peli
Roteiro: Oren Peli
Em uma era repleta de filmes de terror megalomaníacos, nos quais os monstros abusam dos efeitos especiais e as mortes das personagens ocorrem a todo instante como se fosse algo comum, Atividade paranormal surge como uma obra dissonante ao exagerado gênero. A película, que ficou famosa por seu baixíssimo orçamento e por sua altíssima rentabilidade, mostra a história do casal Micah (Micah Sloat) e Katie (Katie Featherston). A personagem feminina presencia, desde sua infância, inexplicáveis eventos sobrenaturais causados por um demônio que a persegue. Micah compra uma câmera para filmar as atividades paranormais que ocorrem, e é essa única câmera que nos guiará durante todo o longa.
Oren Peli
O filme inicia com uma atmosfera acolhedoramente caseira ao mostrar Micah filmando sua namorada enquanto os dois brincam como um casal comum. O clima acolhedor reside não somente na normal relação dos dois, mas também na fotografia responsável pela câmera digital, pois, se em minhas órbitas, ao invés de olhos eu possuísse câmeras, essas câmeras seriam digitais. Além da câmera, a iluminação natural deixa a verossimilhança fluir na sala de projeção.
Fui assistir à película sabendo apenas do famosíssimo fato do orçamento; não vi nenhum trailer e nem li nenhuma resenha antes de entrar no cinema. O que eu esperava na fração inicial da obra era que, como em qualquer longa de terror, “surpreendentemente” (hoje isso já ficou tão clichê que já não causa surpresa nenhuma), aparecesse algum espírito e me assustasse, quebrando o agradável clima residencial que pairava até então, e assim surgisse um tosco letreiro escrito Atividade Paranormal. Entretanto, isso felizmente não ocorreu. Passam-se vários minutos e continuamos sendo envolvidos pela fraternal verossimilhança do filme. O casal janta, conversa, brinca, namora e leva sua vida normal. Vamos sendo inteirados dos problemas de Katie aos poucos através das conversas entre as personagens. Micah, a fim de registrar os bizarros acontecimentos, coloca a câmera sobre um tripé para filmar a noite de sono do casal. É no quarto que ocorrem sutilmente todos os eventos sobrenaturais.
A originalidade de Atividade Paranormal é fruto de sua sutileza. A trama nos envolve gradativamente, não apenas ao nos informar aos poucos os problemas de Katie, mas também ao nos revelar os pequenos eventos sobrenaturais que cada vez perturbam mais o casal. Não vemos nenhum monstro, demônio ou fantasma; o que vemos são cenas que parecem extremamente possíveis de acontecer na realidade: uma porta batendo, passos na escada, sombras aparecendo, etc. Ao não dar uma face ao demônio que persegue a personagem feminina, o filme demonstra sagacidade, pois está mexendo com nossa imaginação, a qual é capaz de nos assustar mais do que qualquer monstro cinematograficamente físico. Essa ferramenta já foi utilizada em outros longas, como em Bebê de Rosemary; nessa película, Polansky não dá um rosto ao filho do diabo, o que fertiliza nossa mente e nos perturba mais do que uma aberração concreta. Outro trunfo de Atividade Paranormal é quebrar com os clichês do terror. Durante vários momentos, após algum manifesto fantasmagórico, a câmera procura evidências em lugares como atrás da cortina, e tubulações de ar. Em outras ocasiões, durante cenas mais enérgicas, a câmera passa rapidamente por espelhos. Seqüências como essas são um prato cheio para ornar o filme com habituais sustos; no entanto, a película prefere não o fazer, escolha que a torna muito mais realista. Além disso, ao escolher esse caminho, a fita brinca com nossa mente, pois ela conhece todos os pontos comuns de uma obra de terror. Assim, somos induzidos a pensar que há algum ser atrás da cortina ou dentro da tubulação de ar e, conseqüentemente, assustamo-nos.
Atividade Paranormal vai nos assustando de forma gradativa. No decorrer do filme, envolvemo-nos com a trama e nos perturbamos com sua direção. O longa acaba de forma brusca, sendo que não há os habituais créditos que nos lembram que tudo aquilo é apenas uma película. Sendo assim, vamos para nossas casas ainda sob a mórbida atmosfera da obra. Ao chegarmos em nossas residências é quando a obra tem maior impacto; é como se estivéssemos dentro dela. Quem que assistiu à fita e não teve medo de ter seu pé puxado por alguma força estranha? Confesso que tive. Ontem minha namorada se levantou para buscar água. No longa, Katie se ergue da cama e fica em pé olhando estaticamente Micah durante horas. Tenho que admitir que as semelhanças me incomodaram um pouco (obviamente minha namorada não ficou estática observando-me, mas mesmo assim aquilo me assustou). O quarto ao qual estamos tão acostumados toma formas sombrias após Atividade Paranormal, e é essa a maior qualidade da película.
Fui assistir à película sabendo apenas do famosíssimo fato do orçamento; não vi nenhum trailer e nem li nenhuma resenha antes de entrar no cinema. O que eu esperava na fração inicial da obra era que, como em qualquer longa de terror, “surpreendentemente” (hoje isso já ficou tão clichê que já não causa surpresa nenhuma), aparecesse algum espírito e me assustasse, quebrando o agradável clima residencial que pairava até então, e assim surgisse um tosco letreiro escrito Atividade Paranormal. Entretanto, isso felizmente não ocorreu. Passam-se vários minutos e continuamos sendo envolvidos pela fraternal verossimilhança do filme. O casal janta, conversa, brinca, namora e leva sua vida normal. Vamos sendo inteirados dos problemas de Katie aos poucos através das conversas entre as personagens. Micah, a fim de registrar os bizarros acontecimentos, coloca a câmera sobre um tripé para filmar a noite de sono do casal. É no quarto que ocorrem sutilmente todos os eventos sobrenaturais.
A originalidade de Atividade Paranormal é fruto de sua sutileza. A trama nos envolve gradativamente, não apenas ao nos informar aos poucos os problemas de Katie, mas também ao nos revelar os pequenos eventos sobrenaturais que cada vez perturbam mais o casal. Não vemos nenhum monstro, demônio ou fantasma; o que vemos são cenas que parecem extremamente possíveis de acontecer na realidade: uma porta batendo, passos na escada, sombras aparecendo, etc. Ao não dar uma face ao demônio que persegue a personagem feminina, o filme demonstra sagacidade, pois está mexendo com nossa imaginação, a qual é capaz de nos assustar mais do que qualquer monstro cinematograficamente físico. Essa ferramenta já foi utilizada em outros longas, como em Bebê de Rosemary; nessa película, Polansky não dá um rosto ao filho do diabo, o que fertiliza nossa mente e nos perturba mais do que uma aberração concreta. Outro trunfo de Atividade Paranormal é quebrar com os clichês do terror. Durante vários momentos, após algum manifesto fantasmagórico, a câmera procura evidências em lugares como atrás da cortina, e tubulações de ar. Em outras ocasiões, durante cenas mais enérgicas, a câmera passa rapidamente por espelhos. Seqüências como essas são um prato cheio para ornar o filme com habituais sustos; no entanto, a película prefere não o fazer, escolha que a torna muito mais realista. Além disso, ao escolher esse caminho, a fita brinca com nossa mente, pois ela conhece todos os pontos comuns de uma obra de terror. Assim, somos induzidos a pensar que há algum ser atrás da cortina ou dentro da tubulação de ar e, conseqüentemente, assustamo-nos.
Atividade Paranormal vai nos assustando de forma gradativa. No decorrer do filme, envolvemo-nos com a trama e nos perturbamos com sua direção. O longa acaba de forma brusca, sendo que não há os habituais créditos que nos lembram que tudo aquilo é apenas uma película. Sendo assim, vamos para nossas casas ainda sob a mórbida atmosfera da obra. Ao chegarmos em nossas residências é quando a obra tem maior impacto; é como se estivéssemos dentro dela. Quem que assistiu à fita e não teve medo de ter seu pé puxado por alguma força estranha? Confesso que tive. Ontem minha namorada se levantou para buscar água. No longa, Katie se ergue da cama e fica em pé olhando estaticamente Micah durante horas. Tenho que admitir que as semelhanças me incomodaram um pouco (obviamente minha namorada não ficou estática observando-me, mas mesmo assim aquilo me assustou). O quarto ao qual estamos tão acostumados toma formas sombrias após Atividade Paranormal, e é essa a maior qualidade da película.
Atividade Paranormal é um dos melhores filmes de terror a que já assisti. O longa inteligentemente mexe com nosso imaginário, sabendo que esse é mais poderoso que qualquer recurso estético cinematográfico. Além disso, a verossimilhança presente nos permite construir pontes que conectam a película à realidade, o que pode nos perturbar durante noites.
PS: A série “soco no estômago” não acabou; ela terá sempre sua presença garantida aqui no it was RED.
Muito obrigado pelo Selo, Daniel.
ResponderExcluirÉ sempre muito reconfortante sermos reconhecidos pelo nosso trabalho.
Ainda para mais de um blogue como o seu, pelo qual guardo especial estima e consideração.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Este é um filme totalmente inútil e medíocre. Não percebo todo o hype feito á volta e o fenómeno que se gerou.
ResponderExcluirClaro que leria a resposta ;) Sou seu seguidor!
ResponderExcluirMuito obrigado mais uma vez ;)
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Daniel, esse tá na minha lista AAA+++ pra ver rsrs. Gostei bastante da resenha, em especial das suas impressões pessoais sobre o filme após ter visto. Me aconteceu algo semelhante quando vi Martyrs (filme francês que me deixou perturbado rsrs) e Hora do Lobo pela primeira vez. Aquela "piração" do Bergman me acompanha até hoje. Abraço
ResponderExcluirRoberto, os méritos foram todos teus!
ResponderExcluirO Homem Que Dabia Demasiado, não considero esse longa inútil. A película é um grito dissonante na calmaria mainstream superfaturada cinematográfica de terror. Essa obra consegue assustar muito com sua sutileza. O bom cinema é aquele que me faz viver, logo, "Atividade Paranormal" é um ótimo filme.
Fotograma, sempre tento escrever textos os quais poderiam ser lidos apenas aqui. Fico feliz com teu comentário!
Obrigado pelos comentários! Abraço a todos!
Bem interessante. Ouvi falar bem e mal deste filme. Acho que só vendo para chegar a uma conclusão...
ResponderExcluirAbraços!
Nossa, adorei o selo, Daniel! Tô guardando e assim que puder, publico, ok?!
ResponderExcluirInfelizmente não tenho o que comentar, já que ainda não conferi o filme. Mas, prometo, tão logo o assista, te dar um feedback...
Valeu mesmo!
Abração!
Todos têm comentando muito bem sobre esse filme e eu vou me apressar em conferi-lo. Gosto do estilo amador de filmes de terror, afinal isso faz com que eles pareçam bem mais reais. Como exemplo, [•REC], aquele filme espanhol que virou remake nos EUA, que é realmente interessante e usa um método de filmagem semelhante.
ResponderExcluirGostei daqui, virei mais vezes.
=)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOutra crítica construtiva desse filme. Que bom que conseguiu ver além de sua prospota. - Isso é um grande diferencial!
ResponderExcluirParabêns!
Oi Daniel!
ResponderExcluirObrigada pelo selo! Brevemente o postarei.
Meu jovem este filme ta dando o que falar. Tenho lidos inúmeros textos e comentários sobre ele. Vou aproveitar minhas férias para ver este, como tb Avatar. Espero que ambos sejam bons, pois as críticas os tem elogiado.
Um abraço.
LuEs, seja bem vindo ao it was RED! Serás sempre muitíssimo bem recebido aqui!
ResponderExcluirMarcia, muito obrigado pelo elogio!
Cintia, não posso garantir nada quanto a Avatar, mas sobre Atividade Paranormal digo que é um filme realmente assustador.
Abraço a todos!