Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941)
Direção: Orson Welles
Roteiro: Herman J. Mankiewicz e Orson Welles
Para estrear esse blog, nada melhor do que comentar o filme que é considerado por muitos o melhor já feito. “Cidadão Kane” teve como co-roteirista, produtor, ator e diretor o precoce Orson Welles. Com 24 anos ele foi para Hollywood filmar o longa. Apesar de nunca ter filmado nada antes, o estúdio deu muita liberdade para ele realizar sua obra, uma vez que era considerado um gênio. Para escrevê-lo, Orson baseou-se na vida de William Randolph Hearst, um milionário que além de ser proprietário de 28 jornais, possuía revistas e cadeias de rádio, assim como uma produtora de cinema. Hearst era dono de uma mansão que ele chamava de “The Ranch”, na qual ele realizava festas em que iam todas as estrelas de Hollywood e cartolas dos grandes estúdios: ele controlava a mídia através de seu poder. O protagonista da película Charles Foster Kane era, assim como Hearst, milionário, dono de um jornal, dono de uma excêntrica mansão e, acima de tudo, formador de opinião. “Cidadão Kane” quase não foi lançado: Hearst tentou comprar todas as cópias para tirá-las de divulgação. Obviamente ele não conseguiu (hoje a obra encontra-se em qualquer locadora decente). Orson Welles demostrou muita coragem ao fazer o filme.
A minha primeira impressão de “Cidadão Kane” foi ruim. Ele começa com Charles Foster Kane dizendo sua última palavra antes de morrer: “Rosebud” (a cena da morte dele é linda, uma das mais belas da obra, mas não foi esse o porquê do meu desgosto inicial). Um grupo de jornalistas que fazia um documentário sobre a vida de Kane resolve pesquisar o significado da palavra. Quando vi isso me decepcionei, pensei que o filme inteiro seria apenas a busca por uma palavra. No final eu ficaria sabendo qual seria o significado de “Rosebud”. Esperaria 2 horas apenas para descobrir qual é o maldito significado de “Rosebud”.
Felizmente eu estava errado. Ao nos mostrar essa busca, “Cidadão Kane”, nos revela a vida de Charles Foster Kane, um magnata excêntrico dono de um jornal. Através de sua história, o filme trata de assuntos interessantíssimos (essa palavra soa sarcástica, mas não a estou empregando com essa intenção), como o poder que a mídia exerce sobre o povo e o egoísmo presente nos sentimentos de cada um. Aliás, foi esse último assunto que me conquistou no primeiro longa de Orson Welles, pois mudou minha maneira de ver o mundo.
“Cidadão Kane” é genial, trata de assuntos interessantíssimos (novamente não estou sendo sarcástico) e mexeu comigo, por isso ele vai para a lista dos melhores filmes que já vi. Gostei muito dele, no entanto, não o consideraria O melhor já feito por simplesmente um motivo: acredito que nenhuma obra seja merecedora desse título. Posso até dizer quais eu acho que são as melhores das melhores, mas não conseguiria dizer qual é A melhor. Não há como comparar algumas coisas. É como responder “O que é melhor: suco de laranja ou cappuccino?” ou “Dos dois, qual tu gostas mais: Led Zeppelin ou Tom Jobim?”. Apesar de não considerá-lo o melhor, não há dúvidas de que é um excelente filme.
Olá! Obrigado pela visita e pelo selo para o EPipocando...vou adicionar ele ao blog com muito carinho!
ResponderExcluirEscreveu aqui uma bela critica pra iniciar o blog! Comecei a pouco tempo também...
Estou louco pra ver esse filme...
abraços e boa sorte com o blog!
Marcos, esse é um filme indispensável para os amantes do cinema. Obrigado pelo elogio e pela linkagem. Abraço!
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